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Mostrando postagens de julho, 2016

O que há por trás da Raiva e do Amor

 17 de maio 10:00 da manhã A enfermeira de plantão na enfermaria era Sheila Belly, uma mulher de meia idade que parecia tão cansada daquela escola quanto eu estava, e pela postura dela parece alguém que largaria tudo aquilo para o alto a qualquer momento. - O que é que vocês têm? -  ela fala sem nem olhar para nós. Estava jogada em sua cadeira, com os pés descalços em cima da mesa, cabelo num coque desfeito e a cara enfiada no celular.  - Ela foi agredida por uma maluca à pouco - Sophia disse em tom dramático me segurando pelos ombros. - Hum, - a enfermeira disse ainda sem nos olhar - se vocês estão aqui para matar aula é melhor desistir, não vou ficar distribuindo atestado.  - Nós estamos falando sério - Sophia disse, e como Arthur tinha feito anteriormente arrancou o celular das mãos da mulher que finalmente olhou para a gente - se quisesse matar aula eu simplesmente estaria lá fora agora, aproveitando o meu dia e não aqui com alguém tão anti profissional como você - ela

17 de Maio 9:25 da manhã

            Após a ordem do diretor nós seguimos os três para a sede do grêmio, que ficava numa das salas destinadas para os clubes, por detrás do auditório. Durante o trajeto pude perceber o quanto aquele evento mexia com a organização da escola. Os corredores estavam ainda mais tumultuados, cheios de alunos que fazem parte do grêmio de um lado pro outro carregando caixas com cartazes e pregando eles por todo lado, outros já estavam distribuindo os presentes de fato para as pessoas que estavam nos corredores. Todo aquele falso clima de confraternização me deixava enjoada. Sempre odiei o Dia do Cupido por diversas razões, parte por que num Dia do Cupido de alguns anos atrás ocorreu um dos piores acontecimentos da minha vida, e segundo por isso tudo ser uma grande falsidade.             Essa história toda começou bem antes de eu estudar aqui, os alunos queriam fazer algo para comemorar o Valentine´s Day aqui no colégio, mas pelo que eu sei o diretor da época não permitiu que eles fiz

O poder da persuasão -capítulo 5

         Fiz o caminho para a diretoria fervendo de raiva e frustração. Não acreditando no que tinha acontecido. Eu nunca fui o que se pode chamar de aluna modelo desde que entrei no Thomas Jefferson. Me meti em algumas confusões desnecessárias com certas garotas e matei algumas aulas para ficar com minhas amigas, além é claro dos meus atrasos frequentes, minhas notas que antes do ensino médio eram sempre azuis e uma das maiores da turma, mesmo não sendo tecnicamente o que se pode chamar de nerd, agora tinham caído significantemente. Eu não cheguei a reprovar em nenhum matéria, no máximo algumas recuperações e provas finais, para ser sincera desde que me tornei amiga das meninas minha vida ficou mil vezes corrida, e antes as noites de solidão ou de bobeira com Arthur (quando ainda nos falávamos, detesto lembrar desta época) onde eu passava estudando mesmo que sem muito afinco, tinha sido substituídas por festas, ou escapadas pela janela para ver Fernando.          Mas mesmo com tudo

17 de Maio - Sexta-Feira 8:00 da manhã

17 de Maio - Sexta-Feira 8:00 da manhã         Depois de toda aquela confusão no carro sai em disparada para a aula do professor Anthony, se bem que em disparada não é uma possibilidade quando se estuda no Thomas Jefferson, onde os corredores estão sempre cheios de alunos jogados no chão o mais próximo dos carregadores possível. Mesmo em horário de aula, é só um professor faltar e deixar um horário vazio que os alunos se esparramam largados pelos corredores.            Faço o possível para não tropeçar em ninguém e enfim consigo chegar na porta da sala que fica no final do corredor de biologia, é uma das piores salas da escola sem dúvidas. Fica perto demais de um pedaço de floresta que fica de trás da escola, e basta ficar só um pouco úmido, como é o caso hoje, que sobe um cheiro de mofo insuportável, e muito nojento. Isso deve explicar o porque do mal humor do Senhor Anthony, além da falta sexo, da qual eu também sofro segundo minhas amigas, mas a dele já deve ser crônica.